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Áreas de Atuação

Os defeitos congênitos do coração podem ser corrigidos logo após o nascimento ou mais tarde, conforme a situação clínica. Alguns defeitos de pouca repercussão clínica são diagnosticados apenas na fase adulta, quando se indica a cirurgia. Defeitos corrigidos na infância podem necessitar novas intervenções na adolescência e em adultos.

A doença aterosclerótica das artérias coronárias que não responde ao tratamento medicamentoso e não pode ser tratada por intervenções por cateterismo, tem indicação de tratamento cirúrgico utilizando enxertos de veias safenas e de artérias mamárias, nas chamadas cirurgias de revascularização miocárdica ou, popularmente, pontes de safena.

As válvulas cardíacas podem sofrer estreitamentos (estenoses) ou permitir regurgitação (insuficiências). Nesses casos, a correção preferencial é pelo reparo da valva, as valvoplastias. Quando o reparo não é possível, se faz a troca valvar por próteses. Existem 2 tipos principais de próteses: as mecânicas, feitas de tecido sintético e cerâmica, e as biológicas, feitas de tecidos animais, como o pericárdio bovino e a própria valva aórtica suína. As mecânicas são de implante preferencial em jovens e as biológicas são a primeira opção acima da idade de 60 anos. Existem próteses de vários fabricantes, cada uma com sua estratégia de marketing. Entretanto, nenhuma tem desempenho melhor que as demais, comprovado cientificamente.
Para pacientes muito idosos e frágeis ou de alto risco cirúrgico, existem próteses que podem ser implantadas por cateterismo cardíaco.

Aneurismas são dilatações anormais da aorta causadas por diversos fatores e apresentam risco de ruptura e morte. Devem ser tratados quando identificados níveis críticos de dilatação, mesmo na ausência de sintomas.

Alguns distúrbios do ritmo cardíaco são determinados por um substrato anatômico, ou seja, por estruturas intracardíacas anormais que podem ser alteradas por cirurgia. Na fibrilação atrial, que afeta cerca de 10% da população acima dos 60 anos, quando se torna refratária ao tratamento medicamentoso e ao tratamento por cateterismo, a cirurgia apresenta altos índices de sucesso. Além disso, pacientes que vão a cirurgia por outras causas, como de coronárias ou valvas, e apresentam fibrilação atrial, tem resultados muito melhores e vivem por mais tempo se a arritmia for corrigida simultaneamente.

A oclusão das artérias pulmonares por trombos (coágulos) de forma aguda ou crônica determina a hipertensão pulmonar. A cirurgia para retirada dos trombos pode ser salvadora nos casos de embolia aguda. Nos casos crônicos a cirurgia é a primeira opção terapêutica e a única chance de cura.

Marcapassos são aparelhos implantados sob anestesia local para estimular ritmicamente o coração e garantir uma frequência cardíaca normal.
Os desfibriladores são indicados para prevenir a morte súbita em pacientes com arritmias ventriculares graves e risco de vida. Esses aparelhos, implantados sob a pele, disparam choques ao identificar a arritmia, restabelecendo o ritmo normal do coração.

Dr. Renato Kalil
Cirurgia Cardiovascular

•Cirurgião Cardiovascular do Instituto de Cardiologia RGS/FUC
•Professor Emérito do Programa de Pós-Graduação do IC/FUC
•Cirurgião Cardiovascular e Coordenador da Cardiologia e Cirurgia Cardíaca
Pediátricas do Hospital Moinhos de Vento
•Professor-Titular de Clínica Cirúrgica da UFCSPA
•Pesquisador CNPq

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